domingo, 20 de janeiro de 2008

chamada

Leio incessantemente Fernando Pessoa,
alimento-me da sua emoção de fingidor.
Mas não me esqueço de Florbela
que espanca meu coração com sua sensibilidade.
Convivo num paradoxo com João Cabral,
na agudeza dos versos aliviados por sua destreza arquiteta das palavras.
Leio Bandeira e tenho saudades da infância que não é minha.
Encontro com Vinícius e prometo-lhe fidelidade enquanto durar a chama.
Me emociono nas palavras do transubstanciado Murilo Mendes.
Me perco no aroma das flores do mal de Baudelaire.
Reencontro os marginais cuja poesia irriga minha veia poética.
Roberto Piva, Paulo Leminski e Ana Cristina.
Me lambuzo na sátira modernista dos Andrade, Mário e Oswald.

Me aproximo e encontro ao meu lado, ali, tão fáceis,
tão poetas,
Everardo, Cleir,
Leíde.
E permito-lhes inundar minha alma de emoção.

Descubro que a poesia invadiu, sem perdão,
a minha vida.

3 comentários:

Cleir do Valle disse...

Le, que poema bonito! Claro que você nos colocou em ótimas companhias, mas não só por isso. Seu texto está delicioso.Parabéns. Clair.

Milton disse...

Com quem andas? Seras como eles.
Na veia.
Milton que já andou em tão más companhias.

Beth Vitória disse...

Belo poema!
Continue postando!
Adorei o blog!!!!!